domingo, 24 de junho de 2012

Ambientalistas, ativistas e cientistas protocolam carta aos chefes de Estado em que manifestam decepção com o resultado das negociações


 O Projete irá publicar uma série de artigos de análise, manifestos, opiniões sobre a Rio+20. Este é o primeiro. Participe. Envie seu artigo.
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Fonte:Vitae Civilis
Um grupo de indivíduos com atuação destacada no campo do desenvolvimento sustentável protocolou nesta quinta-feira (21), na cúpula de alto nível da Rio+20, uma carta de repúdio à versão atual da declaração “O Futuro que Queremos”. O texto, negociado por diplomatas na fase preparatória, deve ser aprovado pelos Chefes de Estado e de Governo sem maiores modificações.
Entre as personalidades que subscrevem a carta estão o cientista americano Thomas Lovejoy, que introduziu o conceito de “diversidade biológica” no mundo acadêmico, os ex-ministros brasileiros Marina Silva e José Goldemberg, o ambientalista Fabien Cousteau, o cacique Raoni Metuktire e a ativista canadense Severn Suzuki, conhecida pelo discurso na conferência Rio-92 quando tinha apenas 12 anos.
Para os signatários, a declaração atual é fraca, está “muito aquém da importância e da urgência dos temas abordados” e “não assegura resultados concretos”.
Veja o que disseram alguns representantes do grupo, em evento de divulgação no Riocentro, e, logo abaixo, a carta na íntegra com a lista atualizada de assinaturas até a noite de quinta-feira.
Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional: “Infelizmente a Rio+20 está se tornando a ‘Riomenos20’. Claramente este documento carece de ambição, de visão e é uma demonstração da inabilidade dos negociadores e governos de irem além das agendas nacionais e de seus próprios interesses”.
Sharan Burrow, secretária-geral da International Trade Union Confederation: “A falta de coragem dos chefes deEstado que chegaram aqui e concordaram com um texto fechado sobre o qual não discutiram uma linha é um choque para nós. Vir até aqui para não fazer nada é um enorme desperdício. Palavras não são suficientes. Um processo sem metas, datas e inclusão da sociedade é inadmissível”.
Severn Suzuki, ativista canadense: “Vinte anos atrás eu estive aqui neste mesmo lugar. Estive aqui porque acreditei que estaria falando com lideres que podiam mudar o mundo. Passei os últimos 20 anos trabalhando de boa fé. E agora volto ao Riocentro. Todo mundo sabe: nós falhamos no esforço de conseguir uma transformação sustentável. Mas podemos reconhecer que é um momento histórico. O que significa quando lideres mundiais se juntam e não podem trabalhar para o bem da humanidade? Membros da imprensa e da sociedade aqui presente: vamos devolver ao resto do mundo uma mensagem de que nós temos uma falha em nosso sistema de governança mundial. Não sou mais jovem, mas sou mãe como muitas de vocês e como vocês eu farei qualquer coisa para que meus filhos tenham o futuro que eles querem”.
Camilla Toulmin, economista e diretora do IIED: “É alarmante encontrarmos um documento sem metas, sem ação, sem datas. Nenhuma menção a um planeta que tem limites e que temos de encontrar maneiras de compartilhar esses recursos. Fico imaginando de que planeta esses negociadores vem. Eles parecem estar em outra realidade. Temos um grande desafio pela frente com cidades, água, energia. Mas todas essas discussões foram postergadas para outro momento”.
Luís Flores, Consumers International – “Este documento foi negociado por muito tempo, inclusive com reuniões de emergência em Nova York. E finalmente no dia 15 de junho só se tinha acordado um terço do texto. Passamos um ano para negociar um terço e dois dias para negociar o resto”.
Pedro Telles, do Vitae Civilis: “A juventude que está aqui continuará unida e agindo. Não vamos desistir. Não vamos perder a esperança. Vamos continuar juntos e esperamos que esses líderes e negociadores se juntem a nós por mudanças concretas”.
Wael Hmaidan, diretor da Climate Action Network: “Sabíamos antes de chegar qual era o estado da vontade política. Não tínhamos esperança para muito mais. Mas não esperávamos que tentassem vender lixo como sucesso. Vontade política nova é criada na rua. Vontade política nova é criada quando falamos com o coração. Eu venho da região árabe e uma coisa que a Primavera Árabe nos ensinou é que persistência faz a diferença. No Egito, o movimento tentou durante anos, quase desistiu, mas a persistência ganhou a revolução quando o ponto de ruptura foi atingido. Então vamos para casa usar nossa raiva, falar com o coração e atingir o povo.

Carta 'A Rio+20 que não queremos':

O futuro que queremos não passa pelo documento que carrega este nome, resultante do processo de negociação da Rio+20.
O futuro que queremos tem compromisso e ação - e não só promessas. Tem a urgência necessária para reverter as crises social, ambiental e econômica e não postergação. Tem cooperação e sintonia com a sociedade e seus anseios - e não apenas as cômodas posições de governos.
Nada disso se encontra nos 283 parágrafos do documento oficial que deverá ser o legado desta conferência. O documento intitulado O Futuro que Queremos é fraco e está muito aquém do espírito e dos avanços conquistados nestes últimos 20 anos, desde a Rio-92. Está muito aquém, ainda, da importância e da urgência dos temas abordados, pois simplesmente lançar uma frágil e genérica agenda de futuras negociações não assegura resultados concretos.
A Rio+20 passará para a história como uma conferência da ONU que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por graves omissões que comprometem a preservação e a capacidade de recuperação socioambiental do planeta, bem como a garantia, às atuais e futuras gerações, de direitos humanos adquiridos.
Por tudo isso, registramos nossa profunda decepção com os chefes de Estado, pois foi sob suas ordens e orientações que trabalharam os negociadores - e esclarecemos que a sociedade civil não compactua nem subscreve esse documento.


terça-feira, 5 de junho de 2012

Artigo de opinião - Dia do Meio Ambiente (2012)




Ecos da ecologia
Por Christina Maria Pedrazza Sêga (FAC/UnB)

http://www.unb.br/noticias/unbagencia/artigo.php?id=541

Muitos poetas, escritores brasileiros e estrangeiros enalteceram a natureza, o planeta Terra, com sua flora, fauna, rios e oceanos; enfim, a tão aclamada ecologia. A exaltação ecológica, na literatura brasileira, remonta aos primeiros escritores que viveram em solo brasileiro. Muito se falava da nossa vegetação, dos animais aqui encontrados, das riquezas naturais e dos sabores da culinária nativa.

A carta de Pero Vaz de Caminha escrita ao rei de Portugal, Dom Manuel, inaugura a história da crônica jornalística no Brasil, incluindo temas ambientais. Nela, Caminha menciona a descoberta de uma terra fértil, verde, rica e bela chamada Paul Brasil. No entanto, somente a partir do evento Rio-92, também conhecido por Eco-92, que algumas faculdades brasileiras de comunicação, com habilitação em jornalismo, resolveram criar suas pós-graduações em jornalismo ambiental.

Da mesma forma que o jornalismo, a propaganda brasileira não se esqueceu do tema da ecologia. Resgatando um pouco da história, em 1567, Pero de Magalhães Gândavo esboça a primeira propaganda ecológica brasileira em seu “Tratado da Terra do Brasil”, anunciando todas as características referenciais do produto chamado “Brasil”,  por meio da linguagem informativa e descritiva. Até então, não se falava em “publicidade”, apenas “propaganda”, por não haver naquela época os meios de comunicação de massa, responsáveis pela divulgação de um produto com fins lucrativos. De certa forma, Gândavo apenas sustentou o que Caminha constatou e anunciou primeiro. Será que teria nascido o  primeiro plágio da propaganda brasileira?

O consagrado poeta brasileiro, Antônio Gonçalves Dias, pode ser considerado “criador da literatura ecológica”. Autor de vários poemas nacionalistas, é também precursor da poesia indianista e ao mesmo tempo romântica da nossa literatura. Seu mais conhecido poema “Canção do Exílio”,  é o marco da poesia ecológica brasileira. O primeiro verso de tal poema, “minha terra tem palmeiras”, está firmemente gravado na memória de estudante, que um dia fomos, de tal forma que nos serve de referência nacionalista, ambiental e pode ser reutilizada não só como título de um texto mas como slogan de partido político, de veleidades ideológicas e até mesmo de anúncio publicitário de um “resort” ou de um pacote turístico, ainda mais agora que  nosso país está muito bem-visto  lá fora.

Vinte anos depois do marcante encontro mundial sobre meio-ambiente, realizado no Rio de Janeiro, em 1992, conhecido como Rio-92 ou Eco-92, o próximo evento Rio+20 vai enfatizar as propostas de sustentabilidade para o planeta como economia e reutilização da água, energia, preservação ambiental, despoluição e preocupação com ser humano de forma global. Os assuntos principais que serão abordados no Rio+20 tratam da preocupação em erigir uma economia “verde”, retirando as pessoas do mundo inteiro do mais baixo índice de pobreza, para dar-lhes o mínimo de civilidade ou cidadania e dignidade humana.

Parece um tanto displicente que a maior preocupação com a sustentabilidade no Brasil, de alguns estabelecimentos comerciais, está em abolir as sacolas plásticas nos supermercados diante de tantas outras medidas mais urgentes. A maior metrópole brasileira já o fez. Interessante ressaltar, que no ano 2000, Lisboa e outras cidades europeias já aplicavam essa regra em pequenos estabelecimentos comerciais, como mercearias, por exemplo. Doze anos depois, essa atitude continua firme na preocupação lusitana com a sustentabilidade ambiental, mesmo sofrendo com as adversidades da crise econômica mundial.

Destaque no cenário internacional, o Brasil precisa se preocupar com outras questões mais emergenciais como investir em infraestrutura, ampliar o acesso à educação e saúde, aumentar a segurança pública e evitar a corrupção e o combate ostensivo às drogas como crack e outras que estão entrando no país de forma ilícita, além das que entram de forma lícita por não estarem ainda catalogadas pela Anvisa.

Se já não acontece o mesmo com a atual poesia brasileira como nos tempos de Gonçalves Dias, com a publicidade atual isso faz toda a diferença quando se pensa em conquistar novos consumidores e consolidar marcas. Produtos e marcas distintas de produtos variados recorrem à produção e venda consciente, ao mesmo tempo em que procuram educar e persuadir seus consumidores a se preocuparem, não só com o que consomem, mas como os consomem e como os descartam para o lixo. Reciclagem é a palavra-chave. Sabemos pela nossa experiência de educadores e pais que educar não é tarefa fácil. O papel da mídia em restaurar a cidadania tão proclamada pela civilização grega, marco de civilidade no mundo ocidental, está surtindo efeito, mesmo que aos poucos, fazendo com que os cidadãos, de uma forma geral, tenham mais responsabilidade social pelo nosso planeta que recebe um enorme peso por se chamar Terra.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Projeto Azu, SP, experiência de arte em espaço público

Acabei de assistir uma reportagem sobre o Projeto Azu, coletivo de artistas, atuante na periferia urbana de São Paulo.
Trocando em miúdos, os artistas revitalizam áreas públicas (calçadas, escadas, praças) com aplicação de azulejos pintados a mão. Da pintura de azulejos, o projeto acaba trazendo à tona outros temas relacionados a inclusão social.

Vale conhecer. Fiquei pensando como poderia ser interessante levar algo desta proposta para as atividades de 'comunicação comunitária', Rádio Dissonante e afins em Planaltina, por exemplo. Uma ideia.

Um pouco sobre  Projeto Azu:

"O PROJETO AZU é um coletivo de articuladores, artesões e artistas, da região leste de São Paulo atuamos na comunidade Vila Nossa Senhora Aparecida, em Ermelino Matarazzo, o grupo fundado no início de 2008, visa contribuir com o desenvolvimento sociocultural local, utilizando a arte como meio de reflexão sobre o espaço público urbano, sendo transporte para novas perspectivas de inclusão social para a juventude do bairro e buscando desenvolvimento econômico e sustentável da comunidade artística das periferia.

Endereço web do Projeto:  www.projetoazu.com.br

Gente, o encontro da arte com a necessidade social é um momento ímpar.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Rio que abastece parte de Aracaju (SE) está contaminado com herbicidas


Segundo pesquisadores, fonte de contaminação são produtos químicos utilizados na cana-de-açúcar cultivada na área de recarga do rio Poxim
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Agência Notisa – Cerca de 27% do abastecimento de água da cidade de Aracaju (SE) é proveniente da sub-bacia do rio Poxim. Pesquisadores da Universidade Federal do Sergipe (UFS), da USP e da Embrapa alertam, em um estudo publicado na edição de abril/junho deste ano da Revista Ciência Agronômica, que as áreas de recarga desse rio já não são mais ocupadas por vegetação nativa. A atividade agropecuária, em especial o cultivo de cana-de-açúcar, está se expandindo na região. Como consequência, o uso de herbicidas na cultura da cana pode resultar na contaminação da água.

 Na pesquisa “Herbicidas no alto rio Poxim, Sergipe e os riscos de contaminação dos recursos hídricos", Fábio Brandão Britto, do programa de pós-graduação em Agroecossitema/NEREN/UFS, e colegas avaliaram o risco de contaminação de águas superficiais e subterrâneas por herbicidas no alto da sub-bacia do rio Poxim. Eles avaliaram ainda a presença dos herbicidas diuron e ametrina à montante das plantações de cana-de-açúcar.

Segundo o artigo, os autores fizeram um monitoramento bimensal de julho de 2009 a julho de 2010, em dois pontos de amostragem. A partir da análise da água, eles constataram a presença dos dois herbicidas no rio.


"A qualidade da água na Sub-bacia do Rio Poxim está sendo influenciada pelo uso de herbicidas na região", concluem os pesquisadores na publicação. Eles observaram concentrações de diuron e ametrina acima dos padrões internacionais para água destinada ao consumo humano no rio Poxim-Mirim.


Para ver o artigo na íntegra, acesse: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-66902012000200024&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt#top.


Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A solução da crise ambiental é responsabilidade de todos nós (Artigo de Opinião)

 A solução da crise ambiental é responsabilidade de todos nós

Por Elimar Pinheiro do Nascimento
http://www.unb.br/noticias/unbagencia/artigo.php?id=483

A crise ambiental é hoje um lugar comum, com ampla aceitação nos meios acadêmico, político e jornalístico. A consciência das implicações do modelo econômico, que criamos entre os sécuos XIX e XX, nasceu como percepção dos seus limites, desde meados do século passado, e se desenvolveu ao longo de sua segunda metade por meio de um conjunto variado de estudos e publicações (Meadows, Georgescu-Roegen, Herman Daly, Diamond, Lovelock, Latouche, entre dezenas de outros). Hoje ganha espaços, adeptos e contornos inimagináveis há uma década. Recentemente André Lara Rezende, por exemplo, escreveu sobre os limites naturais do modelo econômico, no jornal Valor.

Fukuyama, por sua vez, deu recentemente uma entrevista ao jornal Spiegel, denunciando as enormes desiguadades sociais que o sistema cria. A crise ambiental se mistura com outras, particularmente a atual crise econômica, cujas dimensões ainda não temos claro. No final do mês passadao, a Organização das Nações Unidas publicou um documento (Resilient people, resilient planet) que torna o famoso relatório Brundtland, de 1987, uma coisa de criança, em relação a gravidade dos riscos que sofremos atualmente.

No entanto, salvo se acreditarmos na vocação suicida da humanidade, não se compreende com clareza as razões do desenconto entre as percepções da crise e as medidas tomadas para superá-la. Podem-se levantar hipóteses. Uma delas, e certamente não a mais importante, encontra-se na contradição entre a lógica governamental e a natureza do problema ambiental.

O governo, assim como parte de nossa organização científica, se faz por setores. Divide a realidade em pedaços: educação, saúde, infra-estrutura, agricultura, comércio etc. E pior, a organização setorial é absolutamente compartimentada. O que faz com que cada setor não converse com outro. Cada ministério guarda suas informações, e dificilmente passa a outros. Afinal, informação é poder.

Ora, qualquer problema ambiental não se resolve setorialmente. A qualidade e a quantidade dos recursos hídricos para o abastecimento humano não depende apenas da conservação de suas fontes, mas também da conservação dos leitos, do sistema de saneamento, dos tipos de irrigação, entre outros. A conservação das florestas não depende apenas do conhecimento biológico, mas das medidas econômicas e sociais. Depende não apenas da fiscalização, mas da política de crédito, da política fiscal, da rede de transporte, da gestão das florestas e da consciência ambiental da população local e urbana, nacional e internacional.

Por isso, as questões de meio ambiente e com ela, as do desenvolvimento sustentável, não podem ser tratadas ou ser responsabilidade de um ministério ou de uma agência. Elas têm que ser responsabilidade de diversos ministérios e agências. Não teremos uma boa utilização da biodiversidade e suas riquezas se não houver investimento em ciência e tecnologia (para fomentar pesquisa), educação (para formar cientistas), transporte (rede de transporte inteligente), agricultura e pecuária (limitada a determinados espaços), na expansão do crédito e na política fiscal (para estimular as atividades inovadoras), entre outros.

O que significa, em termos governamentais que não poderemos enfrentar os problemas ambientais e de desenvolvimento sustentável se os Ministérios de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Educação, Agricultura e Transportes e Fazenda, não conversarem. Afinal, as dificuldades são diversas mas, sobretudo, intragovernamentais, com pouca interlocução entre os vários setores, em particular aqueles responsáveis por maiores impactos ambientais.

É verdade que esta interlocução não é favorecida por cobranças societais. Neste último aspecto há de se referir a pouca legitimidade que as questões ambientais ocupam no âmbito da sociedade brasileira, mais preocupada em crescer economicamente, gerar emprego e renda, melhorar sua qualidade de vida com ampliação de acesso aos direitos sociais, ganhar competitividade no parque produtivo e melhorar a inserção na economia mundial.

Todos interesses sobejamente reconhecidos como legítimos, mas que no mais das vezes são definidos em termos excessivamente imediatistas, sem preocupação com as condições naturais onde nos inserimos e das quais dependemos. Sem atentar devidamente às mudanças em curso no mundo, quanto às restrições crescentes dos recursos naturais e ao processo de criação de uma sociedade do conhecimento, em que as exigências de consumo aumentam e as definições de qualidade de vida se transformam.

A imagem do meio ambiente na sociedade brasileira ainda é ambígua, senão negativa, resultado da abundância dos recursos naturais que detemos e da arrogância própria à modernidade. Por sua vez, a imagem dos que se ocupam do meio ambiente é a de dificultadores do progresso. Em resumo: as questões ambientais são vistas como problemas, e não como partes importantes das soluções inovadoras que o mundo conhece atualmente.

Elimar Nascimento, professor associado do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB